Retinosquise ligada ao X
Apresentação de um caso clínico e análise do diagnóstico genético
Resumo
A retinosquise ligada ao X, que ocorre principalmente em homens,
é uma doença genética caracterizada pela redução da acuidade
visual devido à degeneração macular. Sua prevalência é de 1/5000
homens em todo o mundo. Manifesta-se desde a primeira década
de vida com perda da visão que progride até a adolescência e
permanece estável até a 4ª década de vida, época em que apresenta
declínio significativo. O fundo geralmente mostra esquise. Portadoras
do sexo feminino raramente apresentam sintomas. O gene envolvido
é o RS1, que codifica a Retinosquina, proteína que participa da
integridade estrutural e funcional da retina. Apresenta diferentes
mutações que geram perda de função da proteína. A suspeita
diagnóstica baseia-se na história clínica e familiar, e na paraclínica,
sendo confirmada na maioria dos casos pelo sequenciamento
gênico. O tratamento consiste em acompanhamento oftalmológico
periódico e cirurgia para complicações. Apresentamos o caso de
um menino de 2 anos com episódios repetidos de descolamento
de retina, com história familiar de retinosquise materna no sexo
masculino. Estes foram estudados mostrando que são portadores
da variante provavelmente patogênica c.466A> C (Arg156Gly) no
gene RS1, que havia sido relatado anteriormente em uma família de
origem chinesa. Foi demonstrado que nosso paciente apresenta a
mutação familiar em hemizigose, sendo esta a segunda família em
que se confirma a segregação desta variante com Retinosquise.
Downloads
Referências
Sauer C, Gehrig A, Warneke-Wittstock R, Marquardt A, Ewing C, Gibson A. Positional cloning of the gene associated with X-linked juvenile retinoschisis. Nat Genet. 1997 Oct;17(2):164-70.
Mora G, Rivas G, Arboleda C, Campos S. Retinosquisis juvenile ligada al cromosoma X. Historia y actualidad. Rev. esp. investig. Oftalmol (2013); 3(3): 173-176.
Estadísticas Vitales. MSP. uins.msp.gub.uy.
Linares M, Ramos E, Roselló A, Rodriguez S, Perea C, Benites M. Juvenile retinoschisis and its visual rehabilitation. Rev Cubana Oftalmol vol.24 no.1 (2011). Ciudad de la Habana ene-jun.2011.
Xion L, Xiang M, Yong T. Clinical features of X linked juvenile retinoschisis in Chinese families associated with novel mutations in the RS1 gene. China. Mol Vis. (2007); 13:804-812.
Tolun G, Vijayasarathy C, Huang R, Zang Y, Li Y, Steiner A. Paired octamer rings of retinoschisin suggest a junctional model for cell-cell adhesion in the retina. PNAS May 10, 2016 113 (19) 5287-5292.
Yi J, Li S, Jia X, Xiao X, Wang P, Guo X. Novel RS1 mutations associated with X-linked juvenile retinoschisis. Int J Mol Med (2012) 29: 644-648.
Wu W, Wong J, Kast J, Molday. RS1, a discoidin domain-containing retinal cell adhesion protein associated with X-linked retinoschisis, exists as a novel disulfide-linked octamer. J Biol Chem (2005) 280(11):10721–10730.
Gleghorn L, Trump D, Bulleid N. Wild-type and missense mutants of retinoschisin co-assemble resulting in either intracellular retention or incorrect assembly of the functionally active octamer. Biochem J (2009) 425(1):275–283.
Emsley P, Cowtan K. Coot: model-building tools for molecular graphics. Acta Cryst. (2004). D60, 2126-2132, https://doi.org/10.1107/S0907444904019158.
Apushkin M, Fishman G. Use of dorzolomide for patients with X-linked retinoschisis. Retina, 26(2006), pp. 741-745.
Janssen A, Min S, Molday L, Tanimoto N, Seeliger M, Hauswirth W. Effect of late-stage therapy on disease progression in AAV-mediated rescue of photoreceptor cells in the retinoschisin-deficient mouse. Mol. Ther. (2008); 16, 1010-1017.
Park T, Wu Z, Kjellstrom S, Zheng Y, Bush R, Sieving P. Intravitreal delivery of AAV8 retinoschisin results in cell type-specific gene expression and retinal rescue in the RS1-KO mouse. Gene Ther. (2009); 16, 916-926.
Copyright (c) 2021 Ana Batalla

This work is licensed under a Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Os autores mantêm seus direitos autorais e cedem à revista o direito de primeira publicação de seu trabalho, que estará simultaneamente sujeito à Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional. que permite a partilha do trabalho desde que seja indicada a publicação inicial nesta revista.