Apendicectomia não terapêutica: revisão de 1 ano no Centro Hospitalar Pereira Rossell, Montevidéu, Uruguai
Resumo
Objetivos: A apendicite aguda é uma das patologias cirúrgicas mais frequentes em pediatria e apendicectomia, um procedimento historicamente comprovado para seu tratamento. Entretanto, a atenção e a morbidade e os custos envolvidos em casos de apendicectomias não terapêuticas (ANT) chamaram a atenção. Realizamos um estudo para determinar a proporção de ANT em nosso hospital, analisamos suas características e propomos hipóteses de trabalho que nos permitem reduzir sua incidência.
Métodos: Realizamos uma análise retrospectiva, incluindo todos os pacientes submetidos à cirurgia de 1/1/13 a 12/31/13 com diagnóstico clínico presumível de apendicite aguda no Hospital Pediátrico do Centro Hospitalar Pereira Rossell. Analisamos a idade, sexo, abordagem, achados intra-operatórios, diagnóstico anatomopatológico e o uso e resultados de hemograma e ultra-som.
Resultados: no período mencionado, foram realizadas 287 apendicectomias em pacientes com apendicite aguda, dos quais 146 (50,87%) foram operados por abordagem convencional e 141 (49,13%) por abordagem laparoscópica. O índice ANT foi de 10,1% com taxas semelhantes para ambas as abordagens (10,27% versus 9,92% laparoscópicas). Por outro lado, houve maior incidência de ANT no sexo feminino (16,6% vs 5,8%). Em relação à faixa etária, a taxa de ANT foi maior entre os pacientes com idades entre 11-15 anos (12,19%), enquanto que para as idades 6-10 anos foi de 8,08% e para pacientes de 0 -5 anos foi de 4,16%. Dos 29 pacientes com apêndice saudável, 12 apresentavam adenite mesentérica, um paciente apresentava ruptura folicular e um paciente apresentava peritonite de grau médico. Não foram encontradas outras alterações em 15 pacientes.
Conclusões: A taxa de apendicectomias não terapêuticas em nosso hospital foi de 10,10% no ano de 2013. A experiência internacional e alguns estudos nacionais mostram que esse resultado pode ser melhorado. O uso de algoritmos clínicos para melhorar a presunção diagnóstica e fazer o melhor uso dos recursos diagnósticos disponíveis, bem como o estabelecimento de um sistema de registro e análise prospectiva dos resultados clínicos em apendicite aguda.
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