Intervenção em Saúde Sexual e Reprodutiva em Mulheres Privadas de Liberdade no Uruguai
Resumo
Mulheres privadas de liberdade no Uruguai enfrentam um déficit de assistência em Saúde Sexual e Reprodutiva. O objetivo do estudo é melhorar o exercício dos Direitos Sexuais e Reprodutivos em mulheres privadas de liberdade, proporcionando acesso a serviços ginecológicos integrales dentro das prisões.
Estudo descritivo retrospectivo. A população-alvo foram todas as mulheres privadas de liberdade nas prisões uruguaias. A intervenção consistiu em uma consulta clínica ginecológica integral, abordando aspectos de saúde sexual e reprodutiva com diagnóstico e tratamento. As consultas foram realizadas em prisões de Montevidéu e do interior.
Realizou-se a consulta clínica a 513 mulheres privadas de liberdade (83% do total) em 800 horas de atendimento médico e 640 horas de gestão, com a participação de 52 profissionais médicos. Foram realizadas 401 colpocitologias oncológicas, 74 patológicas (18%). Foram realizados 108 Testes de Vírus do Papiloma Humano, com 16 positivos para Alto Risco oncogênico (14%). Foram realizadas 103 colposcopias, detectando 11 lesões escamosas de alto grau, sendo realizado tratamento cirúrgico.
Em anticoncepção, realizaram-se ações específicas em 166 pacientes: 55 implantes subdérmicos; 27 Dispositivos Intrauterinos, 62 anticoncepcionais orais e 23 injetáveis. Para 61 mulheres foram fornecidos preservativos masculinos e femininos.
Foi desenvolvida uma intervenção em saúde sexual e reprodutiva para 83% das mulheres privadas de liberdade no Uruguai, com foco especial na prevenção do câncer genitomamário e na contracepção. Esta iniciativa pode servir como um recurso para o desenvolvimento de políticas públicas voltadas para essa população.
Downloads
Referências
Organización Mundial de la Salud. Constitución de la Organización Mundial de la Salud. Ginebra. Disponible en: https://apps.who.int/gb/bd/PDF/bd48/basic-documents-48th-edition-sp.pdf?ua=1#page=7. Último acceso: Agosto de 2024
Organización de las Naciones Unidas y Fondo de Población de las Naciones Unidas (UNFPA). Informe de la Conferencia Internacional sobre la Población el Desarrollo, El Cairo. 1994, 1995. Disponible en: https://www.refworld.org.es/docid/4ad4349b2.html
Levcovitz E, et al. Protocolo de Atención en salud sexual y reproductiva en centros de privación de libertad. 2016 (https://iris.paho.org/handle/10665.2/54099)
Hayes CM, Sufrin C, Perritt JB. Reproductive Justice Disrupted: Mass Incarceration as a Driver of Reproductive Oppression. Am J Public Health. 2020;110(S1):S21-S24.
Paynter M, Heggie C, McKibbon S, Martin-Misener R, Iftene A, Murphy GT. Sexual and Reproductive Health Outcomes among Incarcerated Women in Canada: A Scoping Review. Can J Nurs Res. 2022;54(1):72-86.
Paynter M, Pinzón Hernández P, Heggie C, McKibbon S, Munro S. Abortion and contraception for incarcerated people: A scoping review. PLoS One. 2023;30;18(3):e0281481.
Diuana V, Ventura M, Simas L, Larouzé B, Correa M. Women’s reproductive rights in the penitentiary system: tensions and challenges in the transformation of reality. Cien Saude Colet. 2016;21(7):2041-50.
Sufrin C, Kolbi-Molinas A, Roth R. Reproductive Justice, Health Disparities And Incarcerated Women in the United States. Perspect Sex Reprod Health. 2015;47(4):213-9.
Nada crece a la sombra. Diagnóstico participativo en salud. Disponible en: nadacrecealasombra.com/wp-content/uploads/2021/06/Informe2020.pdf
Binswanger IA, White MC, Pérez-Stable EJ, Goldenson J, Tulsky JP. Cancer screening among jail inmates: frequency, knowledge, and willingness. Am J Public Health. 2005;95(10):1781-7.
Di Giuseppe G, Folcarelli L, Lanzano R, Napolitano F, Pavia M. HPV Vaccination and Cervical Cancer Screening: Assessing Awareness, Attitudes, and Adherence in Detained Women. Vaccines (Basel). 2022;10(8):1280.
Escobar N, Plugge E. Prevalence of human papillomavirus infection, cervical intraepithelial neoplasia and cervical cancer in imprisoned women worldwide: a systematic review and meta-analysis. J Epidemiol Community
Health. 2020;74(1):95-102.
da Silva ERP, de Souza AS, de Souza TGB, Tsuha DH, Barbieri AR. Screening for cervical cancer in imprisoned women in Brazil. PLoS One. 2017;12(12):e0187873.
Brousseau EC, Ahn S, Matteson KA. Cervical Cancer Screening Access, Outcomes, and Prevalence of Dysplasia in Correctional Facilities: A Systematic Review. J Womens Health (Larchmt). 2019;28(12):1661-1669.
Roberson ML, McGee-Avila JK. Justice-Involved Women and Cervical Cancer Disparities: Issues of Surveillance, Education, and Policy. J Correct Health Care. 2021;27(3):205-209.
Berois N, Heard I, Fort Z, Alonso R, Sica A, Moerzinger P, et al. Prevalence of type-specific HPV infection in Uruguay. J Med Virol. 2014;86(4):647-52.
World Health Organization. Medical eligibility criteria for contraceptive use. Geneva, Switzerland: World Health Organization; 2015. https://www.who.int/publications/i/item/9789241549158
Copyright (c) 2024 Sebastian Ben

This work is licensed under a Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Os autores mantêm seus direitos autorais e cedem à revista o direito de primeira publicação de seu trabalho, que estará simultaneamente sujeito à Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional. que permite a partilha do trabalho desde que seja indicada a publicação inicial nesta revista.