ANÁLISE DAS RELAÇÕES ENTRE AS VARIÁVEIS QUE INFLUENCIAM NO USO DA TERRA PARA HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL EM ASSENTAMENTO RURAL UTILIZANDO A FERRAMENTA MATRIZ DE CONFUSÃO. Caso: Assentamento Rural Sepé Tiaraju – Serra Azul – São Paulo – Brasil.
Resumen
No último século, a terra, como material construtivo, teve seu uso bastante reduzido pelas camadas da sociedade com algum poder aquisitivo, o que restringiu seu emprego apenas pela população miserável ou isolada em aldeias e vilarejos. As técnicas de terra ficaram estagnadas e não acompanharam os avanços tecnológicos da construção civil, onde foram introduzidos inúmeros materiais industrializados e técnicas que promovem o aumento do conforto ao ser humano e uma otimização no processo de produção da habitação. Diante do quadro atual mundial que apresenta um elevado número de problemas das mais variadas ordens, dentre elas a política, social, econômica, ecológica, etc., o déficit habitacional associado às questões ambientais incluiu a terra como opção alternativa para construção de moradias de interesse social. Em alguns países como, por exemplo, o Brasil, os programas habitacionais, em sua maioria, são geridos pela engenharia da Caixa Econômica Federal – CEF (banco responsável pela gestão financeira e agente regulador das diretrizes dos programas habitacionais que utilizam recursos federais). Estes programas são reticentes ao uso de tecnologias alternativas, aprovando, na maioria das vezes, as usuais, como tijolos cerâmicos, blocos de cimento, telhas de fibrocimento, esquadrias de ferro e PVC (CEF, 2009), e não consideram as condições especiais das áreas rurais, que tem dinâmica e características diferentes do meio urbano, fatores esses que impedem o uso em potencial da terra como material construtivo. Alegando a falta de normas e comprovações técnicas, a CEF reluta em aprovar técnicas alternativas, exigindo rigorosos testes que comprovem a viabilidade técnica e financeira destas, como apresentado na experiência com os assentamentos rurais Pirituba II e Sepé-Tiaraju (ambos no interior do estado de São Paulo - Brasil), onde as famílias acessaram recursos de programas habitacionais e optaram por usar técnicas e materiais alternativos para construção de suas casas (Shimbo, 2004 e Silva, 2007).