PARTICIPAÇÃO E BIOCONSTRUÇÃO NA IMPLEMENTAÇÃO DO CENTRO DE FORMAÇÃO DO INSTITUTO MORRO DA CUTIA DE AGROECOLOGIA
Resumen
Esse trabalho tem como objetivo apresentar a experiência projetual e construtiva do Centro de Formação do Instituto Morro da Cutia de Agroecologia (IMCA), espaço de vivência e troca entre agricultores ecológicos e sociedade, onde paisagem e tecnologias são objetos pedagógicos. O IMCA resulta do trabalho da Cooperativa de Citricultores Ecológicos do Vale do Caí (Ecocitrus), objetivando promover formação, desenvolvimento e adaptação de tecnologias provenientes do saber popular. O processo de implantação é participativo, focando segurança alimentar, autonomia energética e apropriação de tecnologias construtivas baseadas no resgate cultural, ao desenvolvimento e replicação de tecnologias sociais. A metodologia parte do processo pedagógico que envolve projeto e construção do Centro, através de mutirões e capacitações de agricultores e membros de movimentos sociais, através dos conceitos: “aprender fazendo” e “ação - reflexão - ação”. A implantação do Centro integra edificações com o entorno através de paisagismo produtivo e implantação do sistema de coleta de água da chuva e saneamento ambiental, permitindo sua visibilidade para atividades pedagógicas. Compreende cinco edificações, das quais duas já executadas, utilizando técnicas bioconstruídas priorizando materiais locais, entre elas: telhados verdes, forros de bambu, superadobe e reboco de terra. Esse processo resulta na possibilidade de integração de diferentes grupos sociais, tornando-se referência em práticas sustentáveis em assentamentos humanos, agroecologia e participação popular. Contribuindo, dessa forma, para o uso de estratégias mais sustentáveis na concepção de projetos arquitetônicos promovendo a participação da comunidade a qual se destinam.