A INFLUÊNCIA POMBALINA NAS EDIFICAÇÕES DOS CENTROS HISTÓRICOS DE SÃO LUÍS E ALCÂNTARA: UM ESTUDO A PARTIR DOS SISTEMAS CONSTRUTIVOS
Resumen
Nas cidades de São Luís e Alcântara, se encontram belos acervos arquitetônicos da época do Brasil colônia e império, mais especificamente dos séculos XVIII e XIX. São formados, em sua maior parte, “por prédios de função habitacional e comercial, representativos de um dos principais períodos econômicos do Estado.” (Silva Filho 1998, p.39). Este período tem início durante a segunda metade do século XVIII com a criação da Companhia de Comércio do Grão-Pará e Maranhão, investimento incentivado pelo Marquês de Pombal. Neste momento, se estreitam as relações entre São Luís e Lisboa. Época que também ocorre a reconstrução da parte baixa de Lisboa, após o terremoto de 1755. Comandado pelo Marquês de Pombal, o processo de reconstrução se estendeu até meados do século XIX, trazendo consigo inovações na forma portuguesa de construir. O método escolhido se caracteriza pela racionalização, a padronização e a pré-fabricação de elementos construtivos. Surgem também preocupações com a segurança, entre elas a aplicação de sistemas contra incêndios e anti-sísmicos – o sistema construtivo de gaiola. Este sistema, tão engenhoso e de fácil execução, consiste de um esqueleto de madeira, recheado por alvenaria tradicional. A utilização em larga escala deste sistema na reconstrução de Lisboa se deve principalmente a dois motivos: a sua forte resistência a terremotos, preocupação principal na reconstrução da cidade, e a sua praticidade, pois suas peças poderiam ser produzidas em série e montadas no local. Este último fator, aliado às influências sócio-econômicas da época e ao status da gaiola como inovação tecnológica, fizeram com que fosse utilizado em alguns edifícios do Centro Histórico de São Luis e Alcântara. Este artigo busca evidenciar a presença do sistema construtivo de gaiola em São Luis e Alcântara e estabelecer uma relação entre a arquitetura Pombalina de Lisboa realizada durante os séculos XVII e XIX e a arquitetura luso-maranhense.