Correlação entre teste de campo e ensaios de laboratório para caracterização de solos
Resumen
Os percalços ambientais associados à construção civil moderna e o fomento contemporâneo em busca de sustentabilidade tem oportunizado o retorno ao uso de materiais como a terra. Todavia, para que seja empregada para fins de engenharia, faz-se necessário o estudo prévio de algumas propriedades do solo, condicionantes para o bom desempenho dos sistemas construtivos. Nesse contexto, o objetivo deste artigo é realizar ensaios de caracterização física de uma amostra de solo localizado no centro-oeste brasileiro, em duas fases: de acordo com as normas brasileiras pertinentes e de acordo com testes de campo, visando a validação dos ensaios de campo. A metodologia aplicada foi de natureza experimental, a partir de uma amostra de solo coletada no município de Cuiabá, estado de Mato Grosso. Foram realizados, primeiramente, os seguintes ensaios de campo: sedimentação, teste de queda, rolo, fita, cordão e resistência seca. Posteriormente, foram realizados ensaios de caracterização geotécnica para determinação do teor de umidade higroscópica, composição granulométrica, limites de consistência, massa específica dos grãos e compactação Proctor normal. Os resultados obtidos foram correlacionados, validando os testes de campo pelos ensaios laboratoriais geotécnicos quanto a granulometria e a plasticidade. Entretanto, a determinação do teor de umidade ótimo de compactação apresentou uma discrepância de 2,2%. Quanto as possíveis classificações do solo, obteve-se areno-siltoso e areno-argiloso para o teste de fita e teste do cordão e, argilo-siltoso, argilo-arenoso ou areno-argiloso para o teste de resistência seca, tornando-os inconclusivo. Conclui-se que é recomendada a realização do ensaio normalizado para a determinação do teor de umidade ótima e massa específica seca máxima, posto que estas caraterísticas possuem especial importância na resistência e durabilidade da construção em terra.