Adobeiros, uni-vos!
Resumen
O artigo propõe uma abordagem técnica e política em torno da produção do adobe em larga escala, tendo em vista a recente publicação da norma brasileira ABNT NBR 16814 Adobe: requisitos e métodos de ensaio. O objetivo consiste em aprofundar os conhecimentos científicos e tecnológicos
dos arranjos produtivos em torno da fabricação do adobe, de modo a contribuir com as reflexões acerca da estruturação desta cadeia produtiva no país. Através da análise de quatro diferentes linhas de produção, no Brasil e EUA, são expostos um conjunto de elementos e contextos que ompõem e influenciam seus modos de funcionamento. A investigação ampliada destas composições produtivas expõe realidades díspares, imperceptíveis nos ensaios visuais e mecânicos, permitindo entender o adobe não só como elemento construtivo, mas como objeto técnico e político, cuja centralidade se fundamenta no trabalho, influenciada e sobre determinada por interesses e condições exógenas ao canteiro produtivo. A continuidade da produção da arquitetura e das construções com adobe, e de terra de modo geral, depende da capacidade de se assegurar aos produtores as condições adequadas de montagem e manutenção de suas linhas produtivas, inseridas nos territórios, assim como da valorização de seu trabalho, essência do ofício e do conjunto do patrimônio arquitetônico e cultural construído com terra.