ARQUITECTURA VERNÁCULA DE ADOBE EM PORTUGAL ESTRATÉGIAS PARA A SUA CONSERVAÇÃO FUTURA

  • Maria Fernandes

Resumen

A arquitectura de adobe em Portugal caracteriza-se pela enorme variedade tipológica e soluções construtivas, muito adaptadas aos sítios e aos materiais disponíveis. Esta arquitectura, pese embora a sua qualidade é pouco conhecida e incorrectamente avaliada, terminando muitas vezes destruída e substituída por arquitectura contemporânea incaracterística. A habitação em adobe portuguesa, produto das influências culturais que marcaram o território português ao longo do tempo e da sua história é ainda hoje, ligada às difíceis condições de vida do passado, à pobreza e à miséria. No entanto, os exemplos arquitectónicos dos séculos XIX/XX demonstram exactamente o contrário, as habitações em adobe foram durante muitos anos uma arquitectura burguesa, de inegável qualidade, muitas vezes fruto de uma ascensão social, de enriquecimento económico e sobretudo influenciada, em determinado momento, por modelos arquitectónicos importados e relatados com a emigração. Na verdade o que se sucedeu em Portugal durante cerca de 150 anos foi o uso do mesmo material, o adobe, quer nas situações de construção urbana quer rural, em habitações ditas humildes e burguesas. Estes dois modos de viver em adobe, o rústico e o burguês, contém grandes diferenças em termos de qualidade construtiva. O burguês é muito decorado e extremamente protegido enquanto o camponês, mais modesto, com pouca protecção apresenta na maioria das vezes as alvenarias completamente expostas. Estas diferenças marcaram para sempre o estigma da habitação pobre em adobe, muito mais visível que a arquitectura em adobe burguesa, decorada e oculta sob outros materiais.

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Publicado
2010-02-23
Cómo citar este artículo
Fernandes, M. (2010). ARQUITECTURA VERNÁCULA DE ADOBE EM PORTUGAL ESTRATÉGIAS PARA A SUA CONSERVAÇÃO FUTURA. Memorias Del Seminario Iberoamericano De Arquitectura Y Construcción Con Tierra - SIACOT, (9). Recuperado a partir de https://revistas.udelar.edu.uy/OJS/index.php/msiacot/article/view/2327