COMPORTAMENTO EXPERIMENTAL DE PAREDES DE ADOBE COM VISTAS À ELABORAÇÃO DE NORMA BRASILEIRA DE CONSTRUÇÃO COM ADOBES
Resumen
O Brasil conta com notável patrimônio arquitetônico em adobe. Até meados do século passado, muitas construções eram ainda feitas com esses tijolos crus, sobretudo na Região Nordeste do país. No entanto, a intensa propaganda dos materiais industrializados fez com que esse excelente material de construção, principalmente para as zonas áridas do interior do Nordeste Brasileiro, fosse sendo abandonado e hoje é até difícil encontrar pessoas que saibam manusear a terra e fabricar adobes. Contudo, tendo em vista as vantagens dos blocos de terra crua quando se fala em sustentabilidade da construção, há o interesse em se revitalizar a técnica construtiva com esse tipo de bloco. Essa revitalização passa pela necessidade de normalização. Na Universidade Federal da Paraíba foi feita uma série de ensaios experimentais, com o fim de se obter maiores informações sobre o comportamento das paredes de adobe. Foram testadas paredes de 1 m de altura e também de 2,40 m de altura, instrumentadas com extensômetros mecânicos, submetidas a três ciclos de carregamento crescente. Foi também ensaiada uma parede com orifício simulando espaço de uma janela. Foram obtidas curvas carga-deformação, carga de fissuração, carga de ruptura e informações sobre o comportamento das alvenarias de adobe. Aqui apresentam-se os resultados da experimentação da última parede. O objetivo maior do estudo é obter subsídios para apresentar uma proposta de norma brasileira de construção com adobes, levando em conta a não necessidade de se considerarem esforços horizontais atuantes nas paredes das edificações, visto que no Brasil desconsidera-se a probabilidade da ocorrência de sismos.