A TERRA FACE À NOVA REGULAMENTAÇÃO ENERGÉTICA
Resumen
O desempenho energético dos edifícios foi objecto da Directiva 2002/91/CE de 16 de Dezembro, publicada em 4 de Janeiro de 2003. No cumprimento da Directiva, o Estado português promoveu a revisão do Regulamento das Características de Comportamento Térmico dos Edifícios (RCCTE), Decreto-Lei 40/90 de 6 de Fevereiro, encontrando-se a nova versão para aprovação governamental e publicação. Anunciam-se alterações regulamentares substanciais, nomeadamente nos coeficientes de transmissão térmica de referência que obrigam a introduzir isolamento térmico nas paredes exteriores em terra. Investigar e divulgar as melhores práticas para o fazer, eis um desafio que se coloca à comunidade da terra crua. Parece-nos justificado o reforço do isolamento térmico, especialmente no caso dos pequenos edifícios. Ele é indispensável para que as necessidades de aquecimento sejam minoradas por uma significativa contribuição dos ganhos solares e internos que carecem de massas térmicas complementares, por isso já consideradas no RCCTE em vigor. Estas podem ser materializadas em terra crua dada a sua grande massa volúmica. Oportunidade para a terra crua no Inverno. Por outro lado, a grande espessura de paredes pesadas confere ás construções de terra crua uma forte inércia térmica que é uma estratégia central face ás oscilações térmicas do Verão mediterrâneo e a outros inevitáveis ganhos de calor. Oportunidade para a terra crua no Verão. Mas para que a terra seja aplicável e “reconhecida” pelos regulamentos, é indispensável promover a instituição de normas técnicas que facilitem e sancionem a aplicação da terra crua.