“SISMO-REFORÇO” DE CONSTRUÇÕES DE TERRA CRUA
Resumen
As tecnologias tradicionais de construção com terra crua são variadas, com inúmeras adaptações à identidade das culturas e aos lugares de acordo com as diferentes experiências e as formas de pensar da sociedade e da época onde se integram. De entre os vários métodos tradicionais de construção com terra crua, existem dois que se destacam: taipa e adobe. Estas técnicas são utilizadas actualmente com adaptações de novos métodos de processamento e aplicação em obra. Em Portugal, é imprecisa a origem da utilização da terra crua enquanto material de construção, admitindo-se a existência de construções desse material desde o início do período pré-histórico. As construções em taipa são características da cultura mediterrânea e o reflexo da perspectiva social, económica e cultural de uma época. Sendo a construção com terra crua uma técnica construtiva simples e de baixo custo, as suas principais vantagens são as excelentes propriedades térmicas e acústicas que oferece. No entanto, estas estruturas são vulneráveis aos fenómenos naturais tais como sismos, inundações e chuvas. Existe, assim, a necessidade de viabilizar a construção com terra e de realizar mais estudos para que este tipo de construções apresente os níveis de segurança, qualidade e durabilidade actualmente exigidos na construção, nomeadamente a segurança às acções sísmicas. Para isso, há que estudar as várias soluções que devem ser introduzidas numa análise sísmica, para que este tipo de construções possa resistir com segurança a um sismo. Neste artigo, será feito um levantamento de algumas soluções e uma análise da sua eficácia e exequibilidade.