A FORMAÇÃO DE MÃO DE OBRA E O ENSINO DA ARQUITETURA DE TERRA NO BRASIL, OPORTUNIDADES E DIFICULDADES

  • Marco Antônio Penido de Rezende
  • Raymundo Rodrigues

Resumen

A maioria das edificações históricas existentes no Brasil construídas entre os séculos XVII e XIX é em arquitetura de terra, onde predominam o pau-a-pique, adobe e taipa de pilão. Não obstante a riqueza desse patrimônio, construções espontâneas localizadas na periferia das cidades, e na zona rural, também são utilizadas as mesmas técnicas. Se por um lado, na maioria das ações de conservação e restauro essa tradição é desconsiderada, por outro, nas novas construções o uso de materiais convencionais e de altos impactos predominam. Assim, as técnicas em terra crua são substituídas por “novos materiais”, desconsiderando as recomendações expressas nas Cartas Patrimoniais, e as arquiteturas espontâneas, urbanas e rurais, que, apesar da simplicidade, mantém todas as características térmicas e ambientais da terra crua é estigmatizada como “arquitetura de pobre” pelo fato de não ser construída com modernos materiais. No nosso entendimento, tais atitudes contaminaram a sociedade contra a valorização e o uso da arquitetura de terra, gerando a perda gradativa desse conhecimento milenar, em detrimento de preconceito, gerado direta e indiretamente pelos monopólios de determinados materiais usados na construção. Na tentativa de reverter esse quadro, temos desenvolvido formas de sensibilizar usuários e capacitar, pedreiros, arquitetos, engenheiros e principalmente estudantes. São oferecidos cursos, em vários níveis, onde os interessados têm a oportunidade de conhecer as técnicas e procedimentos de identificação e utilização do solo, visando ações de conservação, restauro e novas construções. A Escola de Arquitetura da UFMG tem sido um dos palcos dessas atividades, incorporando nos currículos dos cursos oferecidos em nível de graduação e pós-graduação esse conhecimento. Também solicitamos a inclusão dessa instituição no Consórcio Terra, na perspectiva da obtenção de apoio técnico cientifico, na formação de consciência critica no manejo das técnicas em arquitetura de terra. Este trabalho apresenta e faz um balanço crítico dessas propostas.

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Publicado
2005-10-12
Cómo citar este artículo
Penido de Rezende, M. A., & Rodrigues, R. (2005). A FORMAÇÃO DE MÃO DE OBRA E O ENSINO DA ARQUITETURA DE TERRA NO BRASIL, OPORTUNIDADES E DIFICULDADES. Memorias Del Seminario Iberoamericano De Arquitectura Y Construcción Con Tierra - SIACOT, (4). Recuperado a partir de https://revistas.udelar.edu.uy/OJS/index.php/msiacot/article/view/2113
Sección
Investigación, enseñanza y formación