ARQUITECTURAS DE TERRA E REVESTIMENTOS PICTÓRICOS A FRESCO
Resumen
Esta comunicação tem por objectivo alertar para a necessidade urgente da recuperação e salvaguarda de revestimentos arquitectónicos realizados sobre arquitecturas de terra, nomeadamente pinturas de técnica a fresco, num grande número de edifícios patrimoniais da arquitectura religiosa do Sul de Portugal. O desconhecimento das técnicas tradicionais de construção dificulta uma intervenção adequada nestas estruturas arquitectónicas, em muitos casos ameaçando ruína, sem a qual, obviamente, se torna impossível ou mesmo inútil, conservar as pinturas. Será portanto de todo o interesse dinamizar a recuperação deste tipo de património, tanto pelo seu valor arquitectónico, como pelo valor artístico e documental destes revestimentos pictóricos; esta dinamização exige a criação de pequenas equipas multidisciplinares, do conservadorrestaurador ao arquitecto e do engenheiro ao historiador de arte, mas onde os conhecimentos destas técnicas construtivas esteja presente. Toma-se como exemplo desta necessidade, a Igreja de St.ª Iria, pequeno templo rural perto de Serpa, não só porque os estudos aqui realizados, permitem exemplificar em pormenor os problemas existentes, mas também porque o concelho de Serpa é rico neste tipo de património, a nível religioso e civil. Esta igreja é, ao que tudo indica, construída em taipa e tem pintura a fresco no seu interior. Os trabalhos de conservação das pinturas não podem prosseguir, na ausência de uma intervenção ao nível do suporte arquitectónico.